Panfleto da Prefeitura contra ambientalista indigna tapenses
A distribuição de panfletos com a intenção de ser um “Comunicado a População”, acabou sendo um artifício para a Prefeitura de Tapes, se utilizar de uma “versão” mais branda, a fim de explicarem os motivos para a decisão judicial impetrada em 30 de março deste ano pela Juíza da Comarca de Tapes, e que condenou a municipalidade a fechar o Lixão das Camélias, em 31 de julho de 2011.
Operação "Fecha Lixão"
A operação “Fecha Lixão”, deflagrada durante a semana pela Prefeitura, levou diversos caminhões públicos e privados as ruas, além de máquinas e funcionários públicos para serem feitas ações “emergenciais” de limpeza na cidade, que nos últimos anos, tem visto os lixos e entulhos se acumular em ruas, bairros e arrabaldes, sendo que a coleta paga ainda não é aceita.
Todo este material recolhido das ruas foi jogado por cima dos buracos de lixos domésticos, no Lixão das Camélias, ao norte da cidade, cerca de 8 quilômetros do centro de Tapes, a fim de servir para “selar” os buracos com resíduos e muito chorume acumulado. A presença deste líquido 21 vezes mais poluente que o esgoto, estava sendo observadas nos últimos anos expostas na superfície do lixão, sendo que agora, ele extravasa pelo campo, onde o gado tem sido visto bebendo estes líquidos.
Quanto a questão das informações no panfleto, o objetivo maior, e que acabou sendo invertida a reação popular, foi de acusar o autor da ação, mais o Ministério Público de Tapes pelo parecer favorável a Ação Popular ingressa em 2004 contra a Prefeitura Municipal, após diversos anos de tentativas através de licenças ambientais, TACs e acordos para serem solucionadas as graves agressões ambientais.
Ação Popular
O autor da ação, o ambientalista Júlio Wandam esclarece que o seu nome, exposto naquele panfleto, na verdade serviu até mesmo para muitas famílias saberem que se obteve uma vitória contra sucessivas administrações que negligenciaram a proteção ao meio ambiente, descumpriram ordens de órgão ambiental à justiça da comarca, sem levarem em conta que “um dia”, pela gravidade de suas ações precárias e de má gestão, iriam acarretar esta decisão.
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Chorume em poças no mês de setembro - FEPAM interdita o local |
A sentença, em começo do ano de 2011, quando novamente a Prefeitura descumprindo prazos junto a FEPAM após a ultima autuação do órgão em 21 de setembro de 2010, fruto também de denúncia deste ambientalista, mantinha o local em operação de forma precária e com efeitos poluentes do lixão sendo mantidos durante anos. Acabou a Prefeitura Municipal de Tapes sendo sentenciada e condenada a fechar o lixão, e ainda, recuperar a área e controlar a poluição e efeitos deste lixão naquele local que durante 29 anos poluiu ambiente de importância ecológica, localizada em áreas de Butiazais.
Feitiço contra o Feiticeiro
“Várias foram as pessoas que me ligaram, enviaram e-mails e me procuraram para falar não sobre o assunto sugerido pela Prefeitura, de me acusar ser responsável por despesas acima da conta, mas sim para me cumprimentarem por mais esta vitória, após 13 anos de ações”, disse Wandam.
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Lixos nas ruas durante meses ficaram expostos |
Para muitos tapenses, e tantos funcionários públicos indignados com a falta de Reposição Salarial, esta despesa com panfletos para esclarecer “meia verdade”, é algo reprovável, existindo outras despesas mais importantes, além do que, analisam que a atual administração permitiu que a situação chegasse neste ponto.
Para moradores das ruas de Tapes, faltam lâmpadas por mais de seis meses, sem que tenham previsão de quando terão lâmpadas para comprarem e instalarem nas ruas que estão as escuras. Em entrevista na Rádio Tapense, com pedidos de desculpas, foi informada a população sobre a compra de lâmpadas que “não chegavam à durar 24 horas”, devido a defeitos e qualidade do produto.
Estas situações, segundo Wandam, aliadas a falta de cuidados com a gestão da cidade, acarretam além de prejuízos para a população, em multas dos órgãos ambientais e da justiça pela falta de zelo com a coisa pública e o meio ambiente. Existem, porém, serviços que já estão sendo feitos de forma precária, afirmou, como o atendimento médico no Hospital em Camaquã/RS, que não está atendendo tapenses, ou com atendimento de 2ª classe, visto a Prefeitura, a única da região, deixar de pagar sua conta naquele nosocômio, necessária a população regional e da cidade de Tapes.
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Creche construída e não funciona |
“Tais situações, anteriores a questão do lixão e suas despesas, também poderão deixar ainda mais indignada a comunidade tapense, não contra aqueles que denunciam estas graves violações, mas sim contra àqueles que competem a responsabilidade de zelar e cuidar da cidade, mantendo em funcionamento os serviços necessários, e nunca descuidando da proteção ambiental, da qualidade urbana e da vida em sociedade”, disse o ativista.Fonte: REDE Os Verdes